Historia do relogio
No começo, a história do relógio se confunde com a do calendário, ambas remontam a uma época em que ainda não se sabia ler nem escrever. Hoje, todos sabem que relógio é o nome que se dá a qualquer instrumento destinado à medição do tempo, mas a maioria desconhece como o homem conseguiu descobrir um sistema de medida das horas, um processo que durou séculos. Acredita-se que o tempo começou a ser medido há cerca de 5000 anos.
Nossos ancestrais mais primitivos só tinham conhecimento do dia e da noite, ignorando completamente o correr das horas e suas divisões. Sabe-se que passaram a observar os movimentos do sol, da lua e das marés, baseando assim sua cronologia. Primitivamente, conforme nos diz a história, os primeiros relógios construídos e usados pelo homem foram os gnômons. Consistia em um obelisco que, iluminado pelo sol ou pela lua, projetava uma sombra, que se movia com o passar das horas e entre o seu ponto inicial e seu ponto final, havia um espaço que o homem fracionou, criando a divisão do tempo.
Se os gregos antigos achavam que as horas eram divindades mitológicas simbolizando as partes do dia, os babilônios e os chineses foram os primeiros a dividirem o dia em horas, só que, para eles, o dia possuía 12 horas, cada uma delas equivalente e 2 horas atuais.
O Relógio do Sol
maldiçoem os deuses o homem que descobriu como diferenciar as horas; também aquele que neste lugar pôs o relógio do sol que repartiu os meus dias em bocadinhos". (Autor desconhecido)
Foram os egípcios e parte dos povos da Ásia ocidental quem primeiro dividiram o dia em 24 horas. O mais antigo instrumento de marcar as horas foi o "relógio do sol" que, acredita-se, foi inventado pelos babilônios, e tinha um funcionamento simples: uma haste vertical se projetava do centro de uma superfície circular, projetando uma sombra do sol para indicar a hora. Embora seja certo que o relógio solar tenha existido em época mais distante, como no Egito há 1500 anos a.C., a história registra o seu aparecimento na Judéia, pelo ano 600 a.C., quando o Rei Acaz mostrou a seus súditos um desses relógios. Anaximandro de Mileto em 380 a.C., aperfeiçoou este relógio criando o "quadrante solar". O mais antigo relógio de sol existente está exposto no Museu de Berlim, acredita-se que pertenceu ao faraó Tutmés III do Egito (1504-1450 a.C.). Na Grécia, Vitrúvio registrou 13 relógios de sol diferentes no século I a.C. Somente no século XVI este instrumento pôde ser calibrado, dando horas verdadeiras, operação que exigia conhecimentos combinados de geografia, astronomia, matemática e mecânica. O problema ocorria nos dias de chuva ou nublados, quando não se conseguia ver as horas.A medição mecânica do tempo teve origem nas ordens religiosas que tinham necessidades de regular os tempos de oração e de culto. Os primeiros relógios mecânicos não mostravam o tempo: faziam-no soar. No início eram maquinas movidas por pesos que tocavam uma campainha a intervalos regulares. Estes relógios de câmara, situados na cela do monge "guardião do relógio", eram denominados "horologia exiatoria". O monge chamava os outros para as orações tocando o sino da torre. Mais tarde montou-se uma máquina maior que ficava na torre, que fazia soar o sino sem necessidade do monge guardião, e que passou a anunciar as horas canônicas uniformizadas por São Benedito no século VI em sete tempos: 1) as "Matinas" (aurora / 4 badaladas); 2) a "Hora Prima" (nascer do sol / 3 badaladas; 3) a "Hora Tertia" (meio da manhã / 2 badaladas); 4) a "Hora Sexta" ou "Meridies" (meio dia / 1 badalada); 5) a "Hora Nona" (meio da tarde / 2 badaladas); 6) as "Vésperas" (por do sol / 3 badaladas) e 7) as "Completas" (anoitecer / 4 badaladas). Estes relógios eram sujeitos a calibragem para acompanharem a variação dos dias ao longo do ano, e as diferentes horas do nascer e do pôr do sol. A palavra inglesa "clock" (relógio não portátil), deriva do holandês "clojk" que quer dizer sino, que por sua vez em alemão se denomina "glocke".